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VELHAS FOTOS
MARIAH PONTES
Na gaveta álbuns, uma infinidade
dentro deles fotos soltas, descoradas, embaralhadas
vejo-as e tento organizar lembranças.
Olho na vidraça ao lado e vejo estampada verdadeira foto de
início de inverno
e a chuva apressada escorre na fotografia
buscando a sofreguidão da terra.
Ausente de tudo, alma moribunda, passa ao largo de mim uma infinidade
de mãos em concha
buscando reter a água
que não se detêm. É lagrima que irrompe da profundeza do
olho
que espia fotos esquecidas, abandonadas na velha gaveta do
armário.
As fotos cada vez mais se assemelham a cartas, embaralhadas
de um jogo inacabado
muitas fotos, inúmeras visões, profusas cartas
guardadas
jamais desvendadas.
Uma dama... um rei. Entre eles sempre um valete
O rio de lágrimas escavacando a face arrastou o ouro
levou a espada.
No manusear das fotos, como cartas, uma cai, afasta-se de
mim, disforme, desordenada,
vejo-a sem brilho, quase apagada, diante do espelho que
pensei ser eu
não a reconheço.
de repente um pássaro molhado choca-se na vidraça
e morre
no chão do tempo estatelado, no ardor do vôo esmagado
qual sonho arremessado pela vidraça da vida
não há seqüência nas cartas as fotos guardam lembranças sem
noção do tempo
nem do espaço
pura junção de elementos: presente, passado e futuro
sem cadência
sem presença
só ausência
só lembrança
O pássaro morto se levanta, o sonho desperta
Mas a realidade não retorna nada - guarda a seqüência do
tempo
Na vidraça as estações se renovam
nas fotos lembranças, apenas lembranças
junto ao rei e a dama, na vida como nas cartas,
ANA PATRICIA DE SOUZA
Antes...
Sonho, graça, beleza e liberdade
Poucos conselhos, raros conselhos. Bastava
O grupo, a praça, o namoro, a vaidade
Tudo era riso, tudo parecia real
Tudo fácil, tudo belo, tudo claridade
Tempos depois...
Alquebrada e envelhecida
Dura realidade: a vida
A esquina, o ponto, a solidão
Riso postiço, só a penumbra
da rua, da praça, do coração
Agora...
A noite fria dos anos chegou
O sonho, o riso, tudo acabou
A noite fria da vida tornou mendiga
Aquela que distribuiu sorrisos
Que vendeu amor.
Abutre insaciável que só vê no
dízimo
A via larga do teu enriquecer. -
És vil!
Fazes romper os mais sagrados
laços
Do tolo dizimista que cai no teu
ardil.
Vendes o céu, usas o templo, és
imune.
Ninguém percebe teus nefandos
crimes
Dia após dia vais permanecendo
impune
Não vês a dor que as ovelhas tu imprimes
Falso pastor! Os vendilhões lá no
templo,
Sem fé, somente bens materiais auferiram
Foram expulsos. Não guardaste o
exemplo?
Tua máscara caiu. Não terás o que
almejas.
É clara agora a tua velhacaria.
Falso Pastor!
A VOLTA
FRANCISCO DELIANE
Creia. Minha alma transbordou de mim
Agora anima a outro que já não sou eu
Fito-me no espelho e não vejo em mim
O homem cheio do amor que era só teu
Minha alma... creia, transbordou de mim
Esvaiu-se na dura desilusão da tua partida
Ficou somente eu e a solidão neste palco
Onde em um dia glorioso vicejou a vida
Minha alma, creia, transbordou de mim
E perambula sempre a minha volta
Por não acreditar que chegou o fim
Do amor que espero voltar a minha porta
Porque o verdadeiro amor nunca tem fim
E haverá sempre o momento de sua volta
ASMA NA FLORESTA
ANA UCHOA
Vias respiratórias obstruídas
anseio reversível e recorrente
o fluxo de ar incontinente
edema da mucosa
e dos bronquíolos
dispneia, tosse, sibilos
exsudato de plasma
edema muscular, hipertrofia
ainda assim
em plena crise asmática
renegamos corticóides
gritamos uníssonos
em dolorosos espasmos
- É preciso preservar a natureza
A poluição aérea com certeza
Faz despertar fatores genéticos
que encontram no desrespeito ambiental
o cenário perfeito à natural vingança
da mata inteira que alerta
destruir florestas é destruir pulmões
incendiar as matas é queimar oxigênio
e reprisar na terra inteira
a crise asmática rotineira
daquele, que queima e destrói
tudo que o cerca, tudo que vivifica
e renova a natureza inteira.
anseio reversível e recorrente
o fluxo de ar incontinente
edema da mucosa
e dos bronquíolos
dispneia, tosse, sibilos
exsudato de plasma
edema muscular, hipertrofia
ainda assim
em plena crise asmática
renegamos corticóides
gritamos uníssonos
em dolorosos espasmos
- É preciso preservar a natureza
A poluição aérea com certeza
Faz despertar fatores genéticos
que encontram no desrespeito ambiental
o cenário perfeito à natural vingança
da mata inteira que alerta
destruir florestas é destruir pulmões
incendiar as matas é queimar oxigênio
e reprisar na terra inteira
a crise asmática rotineira
daquele, que queima e destrói
tudo que o cerca, tudo que vivifica
e renova a natureza inteira.
POSSESSIVIDADE
CLAUDIA SARAIVA
poesia e eu
poemeu
vidazinha minha
vercejando ando
amenizando
a dor de uma vida sozinha
vidazinha minha
poeminha meu
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